quinta-feira, março 3

Garotada apronta com o Vovô

Quase todas as expectativas para o confronto entre Brasil e Rio Grande, válido pela segunda rodada da Segundona Gaúcha, foram cumpridas na noite desta quinta-feira, no estádio Bento Freitas. Como era esperado pelos rubro-negros, o time da casa evoluiu bastante depois de passada a ansiedade da estreia e conseguiu mostrar um futebol de encher os olhos. Mesmo contra um adversário ainda mais qualificado e audacioso que o anterior, o que também era previsto.

O que talvez ninguém estava imaginando é que a vitória Xavante seria construída pelos pés de dois garotos formados na base do clube da Baixada. Pois foi exatamente com Jone e Gleisson, de 19 e 18 anos, respectivamente, que o Brasil fez 2 a 0 no Vovô e assumiu a liderança da Chave 1, com seis pontos em dois jogos.

O próximo compromisso do rubro-negro na divisão de acesso do Campeonato Gaúcho é só depois do Carnaval. Na quinta-feira da semana que vem a equipe vermelha e preta encara o Farroupilha, às 16h, no estádio Nicolau Fico.

O JOGO
A partida começou quente na Baixada. O Brasil saiu pressionando, e quem arriscou primeiro foi Moscatelli. O camisa dez chutou de longe e quase encobriu o goleiro Fabiano, que se esticou todo e espalmou por cima do travessão. O Rio Grande respondeu rápido e chegou ao ataque logo na sequência. Alisson Baiano arrematou da entrada da área e também obrigou o arqueiro Xavante a tocar pela linha de fundo.

Não demorou muito, e lá estava o rubro-negro de novo chegando. Felipe Oliveira, finalizando com muito perigo, e Leandro Marangón, que bateu cruzado, sem ângulo, e por pouco não fez um golaço, começaram a colocar a defesa do Vovô em cheque.

Na marca dos 27 o Bento Freitas chegou a tremer com o suspiro da ‘maior e mais fiel’. Foi quando Felipe Oliveira aproveitou um lançamento longo e uma bobeira da defesa rio-grandina, ficou de frente para o crime e só não marcou porque Fabiano operou um milagre embaixo da meta. Poucos minutos depois o lance se repetiria, só que do outro lado do campo. Desta vez Rogerinho ficou cara a cara com Adilson, que cresceu para cima do lateral-direito e evitou o gol com uma intervenção ainda mais brilhante que a do rival.

Mas a jogada não assustou o time da casa, e o Brasil armou uma blitz ainda antes do intervalo. A série de oportunidades começou com Moscatelli, que driblou o marcador dentro da área e tocou por cima. Depois Jone, que substituiu o lesionado Clayton no início do jogo, escorou um cruzamento rasteiro bastante forte e acertou uma bomba em cima do goleiro, que defendeu no susto. Por último, Carlos Alberto foi no terceiro andar, torneou a bola com uma linda cabeçada e beliscou mais uma vez a abertura do placar.


Jone abriu o marcador para o Xavante. Foto: Carlos Insaurriaga
O gol, que amadureceu e quase caiu no pé no primeiro tempo, saiu logo aos quatro minutos da etapa final. Bastou Galego cruzar pela esquerda para o garoto Jone dominar a bola dentro da área, com categoria, e bater na saída do goleiro para fazer o primeiro gol dele como profissional em uma partida valendo.

Com a vantagem no marcador, a supremacia Xavante sobre o Vovô ficou ainda maior. Miguel, que voltou do vestiário no lugar de Cinval, entrou muito bem no jogo e quase ampliou aos 12 minutos. O meia-atacante apareceu na segunda trave para completar um cruzamento de Galego e acertou uma cabeçada que passou a milímetros da trave.

Mesmo chegando bem na frente, Miguel sabia que estava ali para armar as jogadas, e foi assim que ele deu origem ao segundo gol. O meia-atacante partiu em uma jogada individual, com muita velocidade, passou da intermediária ofensiva e entregou a bola de bandeja para Felipe Oliveira, que recebeu na meia-lua da grande área e rolou de lado para Gleisson.

O jovem revelado no rubro-negro, que há pouco havia substituído Jone, um ex-colega das categorias de base, invadiu a área voando, e deixou o camisa um do Rio Grande deitado no chão antes de estufar as redes e para fazer o segundo do Xavante no confronto, o segundo dele como jogador profissional.

A marca do garoto determinou a segunda vitória do time da Baixada na luta pelo acesso no estadual e os 100% de aproveitamento do rubro-negro nesta arrancada. E a vitória só não se transformou em goleada porque o árbitro foi o único no estádio que não viu uma cotovelada escandalosa do volante Fabrício em cima de Gleisson. O lance aconteceu dentro da área, nos minutos finais da partida, quando o Vovô já não aguentava mais as artes da meninada Xavante.

- No primeiro tempo tivemos algumas dificuldades, mas no segundo tempo fizemos o gol rápido, abrimos a equipe do Rio Grande, e começamos a jogar muito mais rápido, com tabela pelo meio do campo e pelas laterais também. Dessa forma crescemos o nosso volume de jogo e conseguimos o resultado que nos interessava – destacou o técnico Hélio Vieira, em entrevista coletiva, logo após a partida.

Fonte: Assessoria